
Mensagem de Natal
Menino Jesus
Estamos em plena época natalícia. Mais um ano de prendas apressadas, muitas vezes dadas por mera obrigação, que se traduz numa correria desenfreada nos intervalos dos horários de trabalho e de levar os filhos à escola, buscando qualquer coisa para oferecer, por mais insignificante ou até inútil que seja.
Perde-se o porquê das oferendas quando as imagens que nos invadem são as das renas, do Pai-Natal a dizer Ho-Ho-Ho, dos cristais de neve, dos pinheiros e paisagens geladas, estereótipos de um Natal nórdico e frio.
O primeiro Natal deverá ter sido mais quente pois, geograficamente, aconteceu em Belém, a sul de Jerusalém, entre o mar Mediterrâneo e o norte do mar Morto. A presença dos pastores no campo, de guarda às ovelhas, segundo o relato evangélico, parece sugerir um tempo bem mais ameno que o das estepes russas ou das regiões polares. Por isso, num Natal que seja realmente celebração do nascimento do Menino, não devia haver lugar para a imagem do Pai-Natal enroupado nas suas largas vestes de pêlo de urso e botas de neve… Aliás, a própria imagem desse símbolo nórdico se vem degradando de ano para ano. É com espanto que vemos chimpanzés e outros animais vestidos de Pai-Natal, para não falar das Mães-natal patinando nos super-mercados com trajos amarelos. É o espírito comercial deturpando tudo, reduzindo uma época de natureza essencialmente espiritual a uma orgia de negócios.
O Natal é a festa de anos de Jesus Cristo. É uma festa da família, portanto, da família de cada um de nós e de toda a família humana. Todos aqueles, cristão e não cristãos, que já viveram o nascimento de um filho sentiram o espírito do Natal. Esse é o verdadeiro espírito. Do mesmo modo que os nossos amigos se apressam a enviar presentes ao recém-nascido, os reis magos, anjos e pastores se apressaram a entregá-los ao Menino. Aliás, o sentido mais profundo desta oferta mútua de presentes está na imitação do gesto de Deus quando ofereceu aos homens o seu grande presente, o seu próprio Filho. Com Deus, nós aprendemos a dar.
Passeando por Lisboa, e a par da tal correria de compras, de ornamentos, de luzinhas, de sinos, de estrelas e pais-natal, pude apreciar um enfeite especial que tem vindo a ser colocado nas casas, decorando janelas e varandas, não só lá, mas por todo o país. São estandartes de pano que ostentam, sobre um fundo vermelho, a imagem de um Menino Jesus barroco, de braços abertos para nós. Podemos dizer que são já muitos milhares. Pareceu-me uma excelente ideia. Será um modo eficaz de recordar o verdadeiro sentido do Natal. Para os cristãos, pelo menos, esta é a imagem que importa recordar, a imagem do amor, da paz, da harmonia, do acolhimento mútuo simbolizado nos braços abertos. Por isso me pareceu muito certo lembrar o Natal deste modo.
Os presépios constituem também uma excelente maneira de evocar, por todo o mundo, o nascimento do Menino. Aqui no norte, Braga tem uma forte tradição do tipo de presépio articulado, comovente manifestação de religiosidade e de cultura. As principais actividades humanas, sobretudo as mais tradicionais, ali se encontram representadas, como que trazendo, simbolicamente, à presença de Deus todo o árduo labor dos homens para lhe dar um sentido espiritual. Na perspectiva cristã, o trabalho não tem só uma dimensão económica, mas também um alcance sobrenatural.
É uma tradição que não se pode perder. Muito pelo contrário, deverá ser fortemente estimulada, nomeadamente pelos municípios, que poderiam inscrever verbas nos seus orçamentos para apoiar estas formas tão originais e tão chamativas de arte popular.
Nas festas natalícias encontra lugar privilegiado a música. À maneira dos anjos, também nós cantamos as mais belas melodias que o espírito humano inventou. Que os municípios estimulem também os concertos de música nesta época, sejam eles de coros, de bandas, de orquestras. Ainda relacionada com a música, deveria ser estimulada a tradição das janeiras ou dos reis.
Outras iniciativas se poderiam promover para redescobrir o verdadeiro sentido desta quadra. Por que não organizar exposições de pintura, de escultura, com temática natalícia? A arte é um caminho verdadeiramente privilegiado para a humanização do homem. Sim, a cultura é uma das formas mais eficazes para educar o homem. Para humanizá-lo.
Perde-se o porquê das oferendas quando as imagens que nos invadem são as das renas, do Pai-Natal a dizer Ho-Ho-Ho, dos cristais de neve, dos pinheiros e paisagens geladas, estereótipos de um Natal nórdico e frio.
O primeiro Natal deverá ter sido mais quente pois, geograficamente, aconteceu em Belém, a sul de Jerusalém, entre o mar Mediterrâneo e o norte do mar Morto. A presença dos pastores no campo, de guarda às ovelhas, segundo o relato evangélico, parece sugerir um tempo bem mais ameno que o das estepes russas ou das regiões polares. Por isso, num Natal que seja realmente celebração do nascimento do Menino, não devia haver lugar para a imagem do Pai-Natal enroupado nas suas largas vestes de pêlo de urso e botas de neve… Aliás, a própria imagem desse símbolo nórdico se vem degradando de ano para ano. É com espanto que vemos chimpanzés e outros animais vestidos de Pai-Natal, para não falar das Mães-natal patinando nos super-mercados com trajos amarelos. É o espírito comercial deturpando tudo, reduzindo uma época de natureza essencialmente espiritual a uma orgia de negócios.
O Natal é a festa de anos de Jesus Cristo. É uma festa da família, portanto, da família de cada um de nós e de toda a família humana. Todos aqueles, cristão e não cristãos, que já viveram o nascimento de um filho sentiram o espírito do Natal. Esse é o verdadeiro espírito. Do mesmo modo que os nossos amigos se apressam a enviar presentes ao recém-nascido, os reis magos, anjos e pastores se apressaram a entregá-los ao Menino. Aliás, o sentido mais profundo desta oferta mútua de presentes está na imitação do gesto de Deus quando ofereceu aos homens o seu grande presente, o seu próprio Filho. Com Deus, nós aprendemos a dar.
Passeando por Lisboa, e a par da tal correria de compras, de ornamentos, de luzinhas, de sinos, de estrelas e pais-natal, pude apreciar um enfeite especial que tem vindo a ser colocado nas casas, decorando janelas e varandas, não só lá, mas por todo o país. São estandartes de pano que ostentam, sobre um fundo vermelho, a imagem de um Menino Jesus barroco, de braços abertos para nós. Podemos dizer que são já muitos milhares. Pareceu-me uma excelente ideia. Será um modo eficaz de recordar o verdadeiro sentido do Natal. Para os cristãos, pelo menos, esta é a imagem que importa recordar, a imagem do amor, da paz, da harmonia, do acolhimento mútuo simbolizado nos braços abertos. Por isso me pareceu muito certo lembrar o Natal deste modo.
Os presépios constituem também uma excelente maneira de evocar, por todo o mundo, o nascimento do Menino. Aqui no norte, Braga tem uma forte tradição do tipo de presépio articulado, comovente manifestação de religiosidade e de cultura. As principais actividades humanas, sobretudo as mais tradicionais, ali se encontram representadas, como que trazendo, simbolicamente, à presença de Deus todo o árduo labor dos homens para lhe dar um sentido espiritual. Na perspectiva cristã, o trabalho não tem só uma dimensão económica, mas também um alcance sobrenatural.
É uma tradição que não se pode perder. Muito pelo contrário, deverá ser fortemente estimulada, nomeadamente pelos municípios, que poderiam inscrever verbas nos seus orçamentos para apoiar estas formas tão originais e tão chamativas de arte popular.
Nas festas natalícias encontra lugar privilegiado a música. À maneira dos anjos, também nós cantamos as mais belas melodias que o espírito humano inventou. Que os municípios estimulem também os concertos de música nesta época, sejam eles de coros, de bandas, de orquestras. Ainda relacionada com a música, deveria ser estimulada a tradição das janeiras ou dos reis.
Outras iniciativas se poderiam promover para redescobrir o verdadeiro sentido desta quadra. Por que não organizar exposições de pintura, de escultura, com temática natalícia? A arte é um caminho verdadeiramente privilegiado para a humanização do homem. Sim, a cultura é uma das formas mais eficazes para educar o homem. Para humanizá-lo.
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