29 de dezembro de 2009

Ivo Faria - Chefe Regional (maxiescuta Dezembro 09)
Política, politiquice e relação educativa

A palavra “política” e a profissão de político confundem-se muitas vezes com politiquice.
A primeira refere-se à ciência do governo das nações, organismos e estados, o adjectivo associado à profissão quer dizer delicado, urbano, cortês. É muitas vezes confundida com esperteza, finura, trapaça, proveito próprio e engano.
Esta confusão, frequentemente associada à má política, ordinária e mesquinha, e aos seus maus profissionais, faz a ponte com a politiquice. BP refere-se a estes personagens no A Caminho do Triunfo e designa-os de cucos.
Será que há cucos entre nós? Seremos nós cucos, às vezes?
Será que, mesmo sendo todos boas pessoas, bem intencionadas e dedicadas, prejudicamos mais do que ajudamos, só porque temos uma segunda agenda?
Quando estamos num conselho – em qualquer nível da associação – somos designados conselheiros. É uma designação feliz, na minha opinião. Isto porque o que se pretende é aconselharmos, contribuir, enriquecer, criticar para ajudar a fazer melhor. Muitas vezes porém, parece um “bota abaixo”.
Quando participamos num acto eleitoral e fazemos parte de uma lista, somos éticos e correctos com as outras listas? Somos justos e reconhecidos para com a equipa cessante? Muitas vezes parece um “lavar de roupa suja”.
Quando há um acto eleitoral, participamos? Procuramos esclarecer-nos nas ideias e nos projectos que são apresentados? Votamos? Estamos disponíveis para ajudar? Ou dizemos “eles que façam, têm muito tempo livre”.
Procurarmos servir a associação, as nossas crianças e os nossos jovens? Dar o nosso melhor? Fazer um esforço por ser melhor, renovar a nossa formação? Ou usamos o escutismo para o nosso enriquecimento curricular ou escape de uma vida profissional ou familiar monótona?
Que exemplo damos? O que queremos que os nossos escuteiros retirem do exemplo que lhes damos? Ouço frequentemente dos caminheiros e de jovens dirigentes: “fiquei chocado com o conselho x. Parecia tudo menos uma reunião de chefes de escuteiros. Não vou mais.”
Como é? É este CNE que queremos?

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